Ter um jogador no plantel que já alinhou no SC Tomar esta temporada, ter já experimentado o sabor da derrota esta época em Tomar, ter há quatro dias jogado com esta formação tomarense, de nada valeu ao Barcelos para ontem levar de vencida a eliminatória diante daquele que é o último classificado da primeira divisão, que em vinte e quatro jogos, conta com apenas três vitórias - uma delas ao OCB - e um empate, somando-se todo o resto em derrotas.
Factores que demonstram que, não existe nenhum trabalho de casa por parte dos responsáveis da equipa sénior deste clube, não existe qualquer estudo de caso a cada jogo, isto tudo, aliado ao facto de, como veio referenciado na edição da semana passada do Barcelos Popular, o OCB ser uma equipa que não tem fio de jogo, não tem nenhuma jogada estudada. Limitamo-nos a entender que, quem dirige este plantel sénior, vive à custa de rasgos individuais de atletas que, aqui e ali vão aparecendo, aliado à relativa eficácia que Luís Querido e Zé Pedro vão tendo em penaltys e livres directos, respectivamente.
Uma verdade que tem que ser dita e, sobretudo admitida por todos, por muito que possa doer àquelas pessoas que, sem coragem de dar a cara e mostrar a sua conotação a determinados agentes do clube - leia-se staff - insistentemente enviam mensagens de intimidação aos administradores desta página, apelidando-os de adeptos vergonhosos, de adeptos horríveis, atirando à cara de que o objectivo passa por criar nervos (argumento ridículo e próprio de quem acaba de chegar ao clube e à cidade), mas que certamente não terão argumentos para contrariar o que aqui é escrito desde o início da temporada, onde o tempo veio a dar razão e, não fossem precisamente alguns dotes de qualidade de alguns jogadores do plantel e, nesta altura estaria o Barcelos afundado na tabela classificativa.
Outro factor que estranha, é o facto de, João Candeias, atleta ainda júnior, contratado no início da época pelo Óquei de Barcelos, não ter jogado na recepção ao Tomar. Este facto, nem estranha aos mais atentos, até porque já se compreendeu que este atleta não é propriamente nenhum dotado de qualidade técnica ou táctica, não tendo claramente valor, no entender desta equipa (e de muitos adeptos, basta estar atento às reacções no pavilhão), de ser titular como o foi no início da temporada, mas esta série de ausências seguiu-se a ter estado grande parte do tempo de jogo em Viana do Castelo, quando o Barcelos ainda procurava a vitória diante do quinto classificado. Mais um motivo que não se entende e que demonstra que este treinador - mais uma vez, desculpem-nos os revoltados das mensagens intimidatórias que acham que o treinador é o escudo da guerra (qual guerra? há alguma guerra?) de alguns adeptos com a administração da SAD do Barcelos e que o mister não é inclusivamente protegido pelos colaboradores que rodeiam o clube (?) - não está propriamente conectado àquilo que é um trabalho correcto à frente de uma potência da modalidade como é o OCB. Ontem, por motivos que se desconhecem - possivelmente opção técnica - o referido jogador não foi sequer convocado, mas esteve em Tomar a assistir à banhada que a equipa levou.
No que concerne ao jogo em si, o Barcelos entrou a perder, logo aos onze minutos, num golo em que Ricardo Silva - Ginho, mesmo em jogo de Taça esteve no banco - foi mal batido. O melhor que o Barcelos fez em toda a primeira parte - e inclusivamente no jogo - foi restabelecer a igualdade por intermédio de Zé Pedro, dois minutos após o golo tomarense.
Após um empate a uma bola no descanso, o Barcelos entrou na segunda parte à procura do golo, como faria aliás durante o final do primeiro tempo, mas sem determinação e sem classe. E, mais uma vez a velha máxima do desporto a mostrar que está mais que certa, pois quem não marca, sofre, e foi mesmo isso que aconteceu ao OCB e, logo por quatro (!!!) ocasiões! É verdade, com todo o respeito que o Tomar merece, esta frágil formação chegou ao 5-1, sendo dois destes golos de bola parada - um de livre directo e outro de penalty, o que denota o desespero e a agressividade absolutamente desnecessária do Óquei neste jogo.
Nos últimos três minutos, o Barcelos deu um ar da sua graça, mas em vão, perante tamanha vantagem dos homens da casa. Luís Querido e João Guimarães (o júnior que só entra quando as coisas estão apertadas) ainda reduziram para 5-3, mas insuficiente para evitar a eliminação e consequentemente humilhação, mais uma nesta temporada.
De registar ainda, o facto do Óquei de Barcelos ter feito mais cinco faltas que o adversário, fazendo no total doze infracções, ao passo que o Tomar fez apenas sete.
Com esta derrota, o OCB irá agora centrar-se exclusivamente - e tem obrigação de o fazer - de acabar a temporada oficial a trinta e um de Maio, altura em que irá receber a Oliveirense na última jornada do campeonato, sem que, vá sequer, ao play-out do campeonato, numa liguilha com os terceiros classificados da zona norte e sul da segunda divisão nacional.
Até final do campeonato o Óquei tem em quase todos os jogos confrontos directos com adversários na luta pela manutenção - jogos que valem seis pontos - mas acredita a equipa do Sempre Barcelos que, os jogos em casa acabarão por resolver positivamente a questão da permanência e do play-out.
A equipa do Sempre Barcelos acredita também que como em tudo na vida, no desporto se devem aprender com os erros. Tal como na temporada passada, o Óquei de Barcelos chega a esta altura do ano eliminado da Taça de Portugal e da Taça CERS assim como perdido no meio da tabela na 1ª Divisão, sobrando pouco ou nada para disputar e estando por saber se a classificação final será, por exemplo, um 8º ou um 11º lugar, algo que pouca ou nenhuma diferença faz para um clube com o histórico e as obrigações como são as do OCB.
Como tal, é hora de aprender com os erros da temporada passada e perceber que esses erros, ou seja, a tardia definição da equipa técnica e a ainda mais tardia composição do plantel resultou em mais um "ano zero", no pior sentido da expressão.
Ao dia de hoje, 10 de Abril, o Óquei de Barcelos não tem nada a ganhar na presente temporada e pouco tem a perder. Mas ao dia de hoje, está bem a tempo de encontrar soluções - sim, porque os problemas estão bem identificados - para que a próxima época seja mais próxima do nível exigido a um grande do hóquei em patins português.