Como prometido, aqui segue a segunda parte da entrevista ao treinador da equipa sénior Paulo Freitas. Os comentários à entrevista ou a qualquer tipo de notícias deste espaço, poderão ser feitas na página do Facebook neste endereço.
Sempre Barcelos: Quão importante pode ser para uma equipa tão jovem ter dois guarda-redes experientes como Ginho e Ricardo Silva?
Paulo Freitas: De primordial importância ter na baliza dois jogadores com a experiência e qualidade dos dois guarda-redes que temos (de resto os dois mais velhos do plantel, numa equipa com uma média de idades de 24,7 anos), até porque tratando-se de uma equipa jovem terá necessariamente que ter o suporte necessário na baliza para que possam de forma totalmente desinibida apresentar todas as suas qualidades, criando assim a “margem de erro” necessária para que possam evoluir.
SB: O OCB parte para uma nova época com novo treinador, seis novos jogadores entre os quais estão dois ex-juniores com pouca experiência na 1ª divisão e dois argentinos que não conhecem minimamente o nosso campeonato. Não são dúvidas a mais e poucas certezas?
PF: Evidente que numa equipa onde 60% dos jogadores são novas entradas no clube, claramente que os obstáculos iniciais serão mais duros, no sentido de o mais rapidamente possível podermos integrar esses jogadores e criar os automatismos necessários para funcionarmos como equipa.
Contudo, estamos confiantes nas qualidades do plantel a todos os níveis e contamos com os jogadores que transitaram da época passada para que o processo de integração decorra o mais rápido possível.
SB: O OCB começa a pré-época a 2 de setembro mas o campeonato tem início a 26 de Outubro. Porque uma pré-época tão extensa?
PF: Porque precisamos precisamente de tempo para trabalharmos juntos e criarmos os mecanismos necessários para funcionar como uma equipa.
Mas não é o Óquei de Barcelos que começa cedo, o planeamento competitivo é
que em minha opinião se encontra desajustado e prevê o início da competição muito tarde.
SB: Vamos ter um Óquei de Barcelos a jogar de igual para igual contra todos, apostado na irreverência da juventude que compõe o plantel, ou uma equipa matreira à espera do erro do adversário?
PF: Será um Óquei de Barcelos necessariamente irreverente por força da juventude que impera no plantel, mas fundamentalmente tentaremos criar um Óquei que tentará ajustar-se às vicissitudes que a competição lhe apresentar. Penso contudo que vai ser uma equipa competitiva, lutadora e sonhadora.
SB: Com a recente alteração do quadro competitivo anunciado pela FPP, ficamos a saber que até ao décimo lugar, todos os clubes podem descer de divisão. Que objetivos traça para esta nova época, no campeonato? Acredita que o OCB fará um lugar entre os 9 primeiros?
PF: Partimos com o objectivo claro de nos mantermos na elite do Hóquei Português, tentando que esse objectivo seja o mais rapidamente possível atingido e que nos permita ir à procura de conquistar novas metas.
SB: O OCB tem um início de campeonato bastante complicado com vários jogos contra equipas que na época passada ficaram no topo da tabela. Não teme que uma entrada em falso no campeonato, aliado a um plantel jovem e com muitas caras novas, ponha em causa os objetivos da época?
PF: Sabíamos que tínhamos de jogar contra todos os adversários, o sorteio quis que logo de início tivéssemos que defrontar as duas melhores equipas da Europa da época passada e é precisamente com essa motivação extra que vamos encarar esses jogos. A pergunta poderia igualmente ter sido feita no sentido inverso, mas a resposta seria naturalmente a mesma, ou seja, bons resultados nesses jogos não vai influir em nada nos objectivos traçados.
SB: Será a participação na Taça CERS benéfica para a equipa ou poderá ser prejudicial em relação a concorrentes diretos que escolheram não participar?
PF: Penso que será benéfica, não só sob o ponto de vista competitivo como também sob o ponto de vista motivacional e de notoriedade para o clube e a cidade.
SB: A que objetivos se propõe na Taça CERS?
PF: Atingir os quartos-de-final, dependendo obviamente daquilo que o sorteio ditar, pois o nível da Taça CERS este ano está muito elevado (31 equipas inscritas), com um conjunto de equipas muito fortes e que poderiam claramente estar a disputar a Liga Europeia (ViC, Noia, Igualada, Forti dei Marmi, Bassano, Genéve, para citar apenas alguns).
SB: E na Taça de Portugal?
PF: Tentar igualmente atingir os quartos-de-final, dependendo também daquilo que o sorteio nos ditar.
SB: Que opinião tem da estrutura directiva do Barcelos?
PF: Até ao momento a melhor que se pode ter. Tem sido gente que me recebeu muito bem, muito comprometida com os assuntos do clube e com quem estou em perfeita sintonia na defesa dos superiores interesses do Óquei de Barcelos.
SB: Sempre que se cruzou com o clube, foi como adversário. Qual é a imagem que tem do Óquei?
PF: Tal como já tive oportunidade de dizer o Óquei de Barcelos é um dos grandes na nossa modalidade (com um palmarés lindo), com quem temos a partir de agora o compromisso de fazer com que ainda mais gente possa estar presente no pavilhão com o claro objectivo de poder reeditar as grandes épocas que o nosso clube já teve (tudo isto como é claro: “step by step”).
SB: Representou o FC Porto como jogador em grandes clássicos da modalidade… Era o Municipal de Barcelos um dos pavilhões mais complicados como adversário?
PF: Claramente que Barcelos era “tremendo” para os seus adversários, sendo que era fantástico jogar num pavilhão que normalmente se apresentava sempre completamente cheio. Era muito motivador e um grande veículo de divulgação da modalidade.
SB: Para finalizar, uma pequena descrição de cada jogador que vai compor o nosso plantel para 2013/2014:
PF: Não gostando de individualizar este tipo de questões (excepção aberta aos dois jogadores Argentinos), tentarei ser transversal na análise de características genéricas de cada um deles, sendo que comprometimento com os objectivos do grupo e com o clube e ambição é característica uniforme em todos eles:
Ricardo Silva: Qualidade, experiência e competitivo
Ginho: Qualidade, experiência e cultura de clube
Luís Querido: Qualidade, irreverência e potencial
Zé Pedro: Qualidade, irreverência e potencial
João Marques: Qualidade, experiência e cultura de equipa
Natalio Riveros: “Características mais específicas focadas anteriormente”
Ernesto Ponce: “Características mais específicas focadas anteriormente”
Pedro Mendes: Qualidade, irreverência e potencial
João Candeias: Qualidade, irreverência, potencial
Hugo Costa: Qualidade, irreverência, potencial
SB: Gostava de deixar uma mensagem aos adeptos do Óquei de Barcelos?
PF: Acreditem na equipa, nunca deixem de apoiar, pois trata-se de um grupo que tudo vai dar para dignificar e engrandecer o clube.
Sejamos “um por todos e todos por um”, e centremo-nos todos naquilo que é efectivamente importante: O CLUBE (Viva o ÓQUEI de BARCELOS).