É comum ouvir-se dizer que 'a sorte protege os audazes' mas não foi isso que se verificou esta noite na Catedral do Hóquei em Patins, despida de publico e qualquer entusiasmo.
O Óquei de Barcelos apresentou-se esta noite frente ao Candelária, sem atitude, sem ideias fundamentalmente sem ambição e ainda assim foi protegido pela sorte quando a dois segundos do final da partida, o Candelária falhou uma grande penalidade que podia ter ditado (mais) uma derrota.
Sobre o jogo em assim não há muito a contar, tal foi o deserto de ideias e qualidades patenteadas pelos conjuntos intervenientes, inclusivamente pela dupla de arbitragem que com dois cartões azuis sem sentido mostrados a jogadores do Candelária, permitiu ao Óquei chegar à vantagem sem nada ter feito por isso. No entanto, Zé Pedro, apenas converteu um dos dois livres directos de que dispôs.
Antes do intervalo, Ricardo Silva, que hoje voltou à titularidade apesar de a única vitória no campeonato ter sido conquistada com Ginho na baliza, introduziu a bola na própria baliza e fez com que um jogo sem história fosse para o intervalo empatado a uma bola.
Na segunda parte nada se alterou. A nulidade de ocasiões de perigo manteve-se, algo normal tendo em conta que cada jogador jogava apenas para si e não para a equipa (aqui destacou-se João Candeias que exagerou em lances individuais de baixa percentagem de eficácia toda a segunda parte) em ambas as balizas até que no espaço de um minuto, Mauro Fernandez marcou de grande penalidade para o Candelária e Zé Pedro igualou a partida numa jogada individual culminada num bom remate cruzado.
Foi a partir daqui que se acentuou a falta de ambição do Óquei que nem depois de ter empatado o jogo a duas bolas foi para cima do adversário para tentar vencer. Pelo contrário!
O cumulo aconteceu quando o Candelária tinha a posse de bola dentro do minuto final da partida e os jogadores do Óquei, incentivados pelo seu mister, nada fizeram para a recuperar, acabando a jogada com um jogador do Óquei a cometer falta para grande penalidade ao cortar um remate de meia distância com o patim dentro da grande área.
Mas o ridículo acentuou-se quando o jogador do Candelária falhou a grande penalidade e se festejou como de uma vitória se tratasse, numa atitude que não se coaduna em nada com o símbolo que jogadores, equipa técnica e direcção ostentam.
Tamanha pequenez, merecia ter acabado em derrota.
Foto: Pedro Miranda.